quarta-feira, 25 de julho de 2012

O Valor de um Amigo


Quanto vale uma amizade? Creio que dentre todos os tabus de nossa sociedade este deva figurar pelo menos no Top 10. Afinal, como se podem mensurar as noites em claro, os improvisos de comédia, o anormal esforço mental em se tentar entender as complexas sinapses de outro ser humano? A primeira resposta para tudo isso é o maior clichê dos comercias da Mastercard, não tem preço!
Pena que ao contrário deste texto nem tudo é tão preto no branco, nossos sentimentos não têm moeda própria, mas cobram e são cobrados, escutam, falam, gritam e no final se desgastam. Assim como um primeiro carro pelo qual temos imenso apreço, passamos anos (ou mesmo décadas) lavando, polindo, lubrificando e trocando peças desta nossa amizade. Mas o que não se nota olhando de perto, é que a cada engrenagem reposta, aquele pedacinho de veículo deixa de ser o que conhecemos de início, e depois de um tempo será impossível ignorar o estranhamento, e o adeus se torna inevitável.
O grande erro desta dinâmica é um só, nos achando diferente dos demais pensamos que podemos, a partir de nossas ações para com o outro, aperfeiçoar aquilo que temos até chegar à perfeição, mas nessa jornada nos esquecemos do fato de que cada ação tende a se ampliar exponencialmente sob infinitas combinações, gerando em 100% das vezes resultados absurdamente diferentes do esperado.
Prepotência, confiança ou simplesmente fé, são os motivos que nos levam a criar tais expectativas surreais que no fundo sabemos que não serão alcançadas.
Qual é então o valor de uma amizade? É exatamente o quanto você está disposto a acreditar em si mesmo e nas coisas que pode realizar por alguém. No final este investimento pode dar frutos igualmente infinitos e inesperados, mas infelizmente, como no mercado de ações não é você quem decide o valor daquilo que possui, e numa virada inesperada do mercado pode ter que deixar seu carro e voltar a caminhar sobre suas duas pernas.

domingo, 18 de março de 2012

Devaneios..

Fadiga: "descreve a incapacidade de continuar funcionando ao nível normal da capacidade pessoal". É incrível e assustador a maneira como somos capazes de criar palavras para as situações mais abstratas de nossas vidas, pena que no final isto também não é importante..
Afinal, como já dizia a genialidade do passado, tudo é relativo! Ser ou não uma coisa importante depende única e exclusivamente do ponto de vista de quem pensa nessa questão. Há pessoas que se importam com a família, com dinheiro, com amantes ou com si próprios, e essas coisas se tornam instantaneamente de genuína importância. Assim, cada um leva sua vida, com seus objetivos e metas, olhando pra frente e acreditando que aquele ponto distante está ficando cada vez maior, mesmo que não esteja, e que seu esforço está lentamente valendo a pena.
É algo mágico, sublime e que pode ser descrito como uma das características mais deslumbrantes da humanidade. É o que possibilitou tanta evolução, tanta arte, tanto amor e tantas histórias.
Mas algo engraçado acontece quando você dá um passo para trás e percebe que todos esses objetivos e sonhos são assim, relativos. E de que o único motivo para fazerem sentido é a própria vontade de ter algo no que acreditar.  Se eu puder nesse momento dar um conselho, digo que nunca, nunca mesmo, se perguntem se isto faz algum sentido, pois, se por acaso chegarem a conclusão de que não, seu destino estará traçado, com linhas bem nítidas e retas onde logo a frente já não há mais um ponto, e sim uma penumbra que esconde o seu destino mas te deixa saber, sem nenhuma sombra de dúvida que não existe um final, um objetivo, um porto seguro por onde sua mente vaga nos dias de cansaço.
Então você continua seguindo, para algum lugar desconhecido, e a medida em que avança, somem as referências, e você se esquece de onde veio, ou porque caminha. E assim segue, rumo a penumbra, que a qualquer momento te encobrirá totalmente, aproveitando-se de sua fadiga e rindo por ter finalmente conseguido pegar alguém que foi bobo demais para fazer as perguntas certas...

domingo, 24 de abril de 2011

Seguindo Padrões

Dentre as inúmeras qualidades que os seres humanos ganharam ao longo de milhares de anos de evolução há uma que se destaca por sua complexidade e utilidade. Desde muito pequenos somos treinados para reconhecer padrões, através de sons, linha e cores podemos diferenciar com extrema facilidade um hidrante de uma pessoa usando um chapéu-coco.
O mais impressionante, porém, é que isto não serve somente para identificarmos um objeto, serve também para prevermos uma situação. É ai que a coisa fica interessante, notando pequenos fatores aparentemente insignificantes podemos moldar em nossa mente uma série de resultados prováveis e assim nos anteciparmos a isso de uma forma que nos seja vantajoso.
Mas, como na vida nem tudo são flores logicamente há problemas! Com o passar do tempo nos tornamos reféns desta habilidade, apostamos cegamente na nossa capacidade de “prever o futuro” e deixamos de perceber que ela tem sérias falhas.
Há um tempo atrás, uma equipe de pesquisadores descobriu que pombas (sim aquelas com penas e bicos) também são capazes de detectar padrões. Dentro de uma gaiola as pombas só recebiam ração ao fazer certos movimentos, notando isso elas repetiam esses movimentos sempre que queriam comida. Porém, se a comida fosse distribuída de forma aleatória as pombas tratavam de criar seus próprios padrões de movimento, acreditando que eram eles que lhes trazia comida.
Sim sim meus caros, o problema com nossa bela capacidade “sobrenatural” é que ela pode ser enganada por nós mesmos, quando não encontramos um padrão simplesmente criamos um. E é ai que nos perdemos completamente num limbo onde a ação nem sempre nos entrega a reação esperada.
O mais engraçado é o que vem após isso, ao invés de aceitarmos que não controlamos aquela situação, continuamos buscando nossos próprios planos infalíveis, simpatias tiro-e-queda e negócios perfeitos.
Cheguei a uma conclusão quanto a isto recentemente, por mais divertido que seja ficar procurando uma receita mágica pra todos os nossos problemas, é mais digno e produtivo entendermos que certas situações são simplesmente assim, e então seguirmos em frente procurando novos problemas pra resolver. Pode ser o jeito mais doloroso, e com certeza vai ser aquele que vai te deixar parecendo um covarde, mas nunca se sabe, várias pombas me disseram que ganharam muita ração com esse movimento!

quarta-feira, 31 de março de 2010

O Andar do Bêbado

Nesse tempo todo que fiquei afastado do mundo internetesco descobri que ler com frequência pode ser um ótimo passatempo. Tudo começou com umas promoções super interessantes do submarino, livros muito bons a R$ 10,00 não tinha como não comprar. De lá pra cá os conteúdos superaram os custo em preferência e hoje leio coisas que não imaginava ler a uns meses atrás.
Uma dessas leituras inusitadas foi a do título do post, "O andar do Bêbado" é um livro que possivelmente te fará se sentir um idiota, te chamará de cego, acabará com todas as suas esperanças e de quebra vai sugerir indiretamente que Deus não existe, mas ainda sim vale muito a pena ler. Claro que algumas dessas qualidades que citei não devem encorajar muito a leitura, mas o objetivo do autor não tem nada a ver com elas.
O livro foi escrito pelo físico americano Leonard Mlodinow e fala do quanto o caos e o acaso interferem na nossa vida, e não é pouca coisa. Cada ação de nossa vida é como jogar uma moeda, parece filosofia barata mas é matemática pura.
E falando nisso o livro tem muita matemática, gráficos, exemplos rebuscados de economia e coisas do gênero, mas mesmo você não entendendo nada disso a mensagem que o livro deixa no final é clara e produtiva, somos vítimas inevitáveis do acaso e o único jeito de se sair bem as custas dele é entendendo-o. Vale a pena ler, se você for inteligente o suficiente (o que não foi o meu caso) além de ver o caos com outros olhos ainda vai aprender muita coisa sobre estatísticas e comportamento humano de uma forma bem leve e divertida.

Resumindo: Leiam! :D

domingo, 28 de março de 2010

A democracia não Presta

2006_v_for_vendetta_wallpaper_004Calma  pessoal, antes de acenderem suas tochas deixe-me detalhar o título, a democracia, do jeito que é tratada hoje, não funciona! A verdade é que eu sempre fui a favor de sermos felizes, alegres e sorridentes numa sociedade onde todos têm os mesmos direitos, onde não existem preconceitos ou diferenças sociais, mas a dura verdade é que hoje essa utopia está muito longe de ser verdade em qualquer lugar do mundo.

Ok, até aqui sem novidades, mas a democracia não deveria resolver esse problema? Provavelmente! Mas vamos parar por um segundo e começar do início, segundo a wikipédia,  a “democracia ("demo+kratos") é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos”. Teoricamente esse é o regime perfeito, pois o poder não está sujeito aos caprichos de uns poucos homens, todos são ouvidos e a humanidade pode caminhar para aquele mundo perfeito lá do início.

Mas a mesma descrição acima que mostra as vantagens desse sistema também mostra sua principal fraqueza, nele o poder está na mão dos cidadãos (calma, segurem suas pedras mais um pouco). Eu sei que a luta pela democracia foi dura em nosso país, assim como está sendo em tantos outros, mas o que as pessoas de hoje não percebem é que a luta de ontem não vale nada num ambiente em que ninguém se importa com ela.

Veja bem, somos donos de uma senhora bola, e não queremos emprestá-la para ninguém, mas por “N” motivos não a usamos, ela fica exposta numa prateleira alta e só lembramos dela quando alguém pergunta o que é aquilo e você diz orgulhoso o quanto custou (aos seus antepassados e não a você é claro), mas na hora de jogar somos sedentários demais.

Deixando de lado as metáforas posso dizer o seguinte, a democracia tenta tratar todos os cidadãos igualmente, dando-lhes a mesma voz, porém as vozes não são iguais e nunca serão, temos vozes ignorantes, vozes arrogantes, vozes medrosas, vozes malévolas e mesquinhas, todas querendo falar. Mesmo com essas vozes a democracia seria um coro perfeito caso todos tivessem em mente um objetivo comum, tipo melhorar a humanidade como um todo!

Sim meus caros, o grande problema da democracía somos nós! São tantas discussões tontas sobre quem vence o BBB ou vai morrer na novela das oito, que nos fazem esquecer de que mais do que pessoas somos uma espécie, e só agindo como tal teremos um coro forte o suficiente para calarmos as vozes “espertas e corruptas” de nossas sociedades. E não fiz esse texto todo só para falar de política, estamos inclusos em grupos menores em nosso dia-a-dia, porém a atitude quanto a democracia é a mesma, “se não fizerem o que eu quero, não vou perder meu tempo com isso”, e lá se vai mais um objetivo comum por água abaixo.

Então, da próxima vez que ouvir alguém dizendo que a democracia não presta você já sabe o que dizer, e quanto aquelas pessoas que não entenderem, ficarão como sempre à merce dos mais aptos, o que não é o ideal mas com certeza é divertido (para quem as manipula é claro!).

Wow, DOIS ANOS depois ele posta algo \o/. Três urras para The Master… NOT. A idéia é ir voltando aos pouquinhos, nova pessoa… Novo blog… Vamos ver no que dá!

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Porque de Caminharmos

E de repente você nasce. Abre os olhos num mundo completamente estranho. Seus membros se agitam desordenadamente, sua cabeça não funciona direito e da sua boca saem sons que apenas se misturam com as luzes confusas que ofuscam qualquer tentativa de entender o que está acontecendo.

Lentamente passam-se horas, dias, semanas, meses e anos. Porém aquele mundo estranho de antigamente se recusa a ir embora. Os pés já obedecem a seus comandos, os olhos já sabem apreciar as diversas cores deste mundo e a cabeça até arrisca a criar raciocínios complexos e histórias fantasiosas. Porém, todo o esforço que se faz com o objetivo de entender tudo isto ainda é em vão. As luzes ofuscantes se tornaram questões filosóficas, desilusões amorosas, traições e surpresas do destino, nossos pés vez ou outra nos enganam e mesmo nossa cabeça, já bem mais amadurecida ainda sofre para entender o que acontece, no entanto continuamos em busca de tais respostas.

E quanto mais o tempo passa, mais complexas ficam as perguntas, e é nessa hora que muitos pensam em parar. Em viverem na fantasia de algum momento feliz do passado, moldando sua visão do mundo conforme seus próprios desejos. São estes aqueles que pensam no tempo que perderam em toda esta jornada, em como poderiam ser felizes a décadas atrás apenas parando no tempo e sendo felizes com o aquilo que tinham.

Então elas olham para aqueles que seguiram seu caminho, e falsamente dão um tímido sorriso, na vontade de acreditar na veracidade de suas atitudes. Porém fazem isso em vão, pois lá no fundo sabem, que toda aquela batalha, toda aquela luz ofuscante fazem daqueles que as enfrentam pessoas mais fortes e melhores, sabem que todas as jornadas nos ensinam algo e que no fim, só aqueles que desistem no caminho se arrependerão no final, assim como eles...




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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Crime Organizado?! Sei, sei...

Adoro aqueles filmes em que os roubos são super planejados, o bandido é um gênio e só é pego porque o policial que está a sua procura é mais foda ainda!
Mas na vida real a história é outra, por mais que os valores ainda sejam cinematográficos o underground do crime organizado é bem diferente do dos filmes, pelo menos no Brasil.
Vejamos, qual é a primeira coisa que você faria caso assaltasse um banco?

A) Fugiria para uma cidade pequena, dava um sumiço no carro da fuga e lavaria o dinheiro jogando no bicho.

B) Depositaria o dinheiro imediatamente na sua conta nas Bahamas e ia comemorar na Europa.

C) Ligaria para a mãe de uma linha desprotegida & grampeada por policiais para contar o ocorrido.

Pois é, o assaltante preso ontem não pensou direito e foi direto na alternativa C...
Isso por si só já é um ato digamos "tosco", mas o planejamento do assalto consegue supera-lo.

"Aí aqueles camaradinhas lá vai, vai que vai vir contudo, tá ligado e seguinte, não vai estar esperando o que vai estar aguardando por eles, não sabe o presentão que vai estar esperando por eles, não, tá ligado. Aí seguinte, senta o peso só na cara, tá ligado. E pegar os brinquedos, e lixar todos os brinquedos, a numeração dos brinquedos e já era mano, o bagulho é nosso"

Os bancos estão mesmo correndo perigo com essas mentes malévolas a solta!





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